Selma Nardacci é natural da cidade do Rio de Janeiro, bacharel em História pela UERJ e Pós Graduada em Educação Ambiental.
Escreveu o livro A Menina da Casa Preta, lançado no ano de 2010 na cidade de Santa Maria Madalena, relançado na 2ª Semana de Arte - Rio de Janeiro.
Em 2012, por ocasião da Festa Literária de Santa Maria Madalena - FLIM, lançou o segundo livro: Desconcertante, Poemas e Crônicas Nardaccianas.
Participou da 2ª Semana de Artes e do 7º Salão do Livro. Eventos realizados pelo Estado do Rio de Janeiro.
Entrevista com a Escritora - Conexão Professor
Professora de História e Ensino Religioso do Colégio Estadual Barão de Santa Maria Madalena, localizado na cidade de Santa Maria Madalena, região Serrana do Estado, Selma Nardacci desde criança se dedica a escrever pensamentos, ideias, frases e orações em um caderno particular. Como havia conseguido reunir histórias “muito interessantes e originais”, em suas palavras, em 2010 achou que era a hora de transformar o material em um “testemunho de vida”. Foi quando publicou o seu primeiro livro, A Menina da Casa Preta, seguido por Desconcertante, Poemas e Crônicas Nardaccianas, em 2012.
“Achei que essas histórias serviriam para tornar as pessoas melhores, indicando que não somos ninguém e que cada um tem uma história para contar, e que muitos não contam, por vergonha ou preconceito”, aponta a escritora, que conversou com o Conexão Professor.
Conexão Professor (CP) - O seu texto de apresentação, escrito pelo professor Nestor Lopes, presidente do Museu Histórico Dercy Gonçalves, diz que A Menina da Casa Preta é uma colcha de retalhos intercalada por tecidos de várias cores e texturas. Fale um pouco sobre o seu primeiro livro.
Selma Nardacci - A Menina da Casa Preta surgiu de uma necessidade que eu tinha de contar algumas histórias. Histórias da infância que estavam guardadas, e que pesavam como um fardo sobre o meu corpo. No início, o livro parece tímido, mas quando chega à história do “bacalhau”, o leitor se apega de tal forma que só o abandona na última página. A expressão colcha de retalhos explica a diversidade de histórias vividas pela autora, com a presença de momentos felizes, tristes e de superação.
O livro retrata as dificuldades de uma família em viver numa comunidade pobre do Rio de Janeiro. Mostra principalmente a trajetória de Selma Nardacci, com trechos de sua infância e como conseguiu ser uma professora, principalmente estudar em uma universidade pública.
CP - Por que o professor se refere a você como uma escritora “predestinada a ditar o tom que move a vida dos que sabem que existe uma verdade”?
Selma Nardacci - Nestor leu o livro com afinco e se identificou em muitas partes. Ele deve estar se referindo ao olhar diferenciado que costumo imprimir nos textos, como forma de fugir de ideias pré-fabricadas e de normas pré-estabelecidas; de considerar que existe em cada dez dedos um polegar que seja verde. Para isso faz-se necessário aguçar o olhar, saber interpretar o mundo à sua volta. Quanto à “verdade”, que é um dos motes que permeia todo o livro, mostro como relativizá-la; historicizo a verdade no tempo. Verdade e mentira são paradigmas que dependem das necessidades culturais no tempo. O que ontem foi uma verdade, hoje pode ser uma mentira, ou vice-versa.
CP - Como você se inspirou para escrever o segundo livro?
Selma Nardacci - O segundo livro, Desconcertante, Poemas e Crônicas Nardaccianas, foi uma inspiração gratuita, ele foi surgindo naturalmente. A inspiração vinha do cotidiano, do encontro com as pessoas e principalmente do encontro bucólico com a cidade de Santa Maria Madalena.
CP - De que forma essas publicações podem contribuir para a educação pública?
Selma Nardacci - Eu diria que cada clientela precisa de livros específicos. Livros que tenham a ver com suas histórias, onde as pessoas se identifiquem de alguma forma. Mas não é só se identificar; o livro tem que transformar o interior das pessoas. A Menina da Casa Preta tem o poder de fazer isso. Se eu fosse, ainda hoje, uma menina da favela, gostaria de ler A Menina da Casa Preta. O livro mostra fatos reais, contados por uma escritora que se despiu, num sentido figurado, para trazer à baila o que geralmente acontece nas comunidades carentes e a forma como as pessoas podem atravessar as dificuldades com sucesso. Já o livro Desconcertante, é o que o nome diz, ele propõe questionar os paradigmas, reconstruir conceitos e treinar o olhar diante de temas importantes como loucura, fé, verdade, prazer, religião, fantasias, emoções e realidade.
"Nada vem de graça, nem a inspiração, é preciso acreditar que ela exista, insistindo, organizando frases, dando ordens ao cérebro para que desvende o que ainda não foi revelado. A inspiração vem pela metade, às vezes, somente uma palavra chave: verde."
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