Faz um tempão que eu não choro. Depois que aprendi sobre o corpo da dor, passei a controlar todo aquele chororô que invadia a minha alma.Tá bom! Confesso que, de vez em quando, sinto vontade de abrir o berreiro, mas aprendi, em “O Poder do Agora", que essa vontade de chorar é a identificação inconsciente de um passado carregado de emoções, onde as células são danificadas e impregnadas por memórias infelizes.Se fosse só eu, era menos mau, mas cada ser humano traz as marcas genéticas do passado. Ainda tem isso! Eu posso estar chorando por conta de uma tataravó que foi brutalmente esfaqueada e violentada pelo marido. É muito difícil entender isso, eu sei, mas estamos carregando material genético de uma árvore genealógica inteira. E na nossa sociedade, fazemos questão de lembrar, - "para que não se repitam- ", os eventos históricos mais violentos da humanidade: holocausto, escravidão, caça às bruxas, inquisição, ditadura, guerras...Imaginem o sofrimento de um professor de História, que reproduz, todos os anos, os eventos mais nefastos da humanidade, alimentando, ainda mais, o que já estava modificado nas células do corpo.Esse é um problema sério. Eckhart Tolle, autor do livro, talvez não tenha pensado nesse círculo vicioso de memórias doentes que criam psicosferas pesadas e surtos coletivos.Vamos refletir.

Selma Nardacci

Selma Nardacci dos Reis
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