Não te conheço, nunca te vi,
Mas logo te pressenti,
Tens uma luz que te ilumina,
Um chamamento, uma sina...

Queria ver-te, tocar-te, ter-te,
Poder dizer-te o quanto esperei,
O que sofri, remoí, rezei,
Só de pensar em perder-te...

És ilusão, dás-me cabo da razão,
E, tão abstracto no meu coração,
Que poderias viver no Olimpo,
Ou, simplesmente seres extinto...

Deixa o meu pensamento voar,
Não queiras ser Deus ou luar,
Deixa-me ser ilusionista, artista,
Ou de profissão desenhista...

Se a imaginação tivesse asas,
Voaria ao acaso, pelas brasas,
Num fogo ardente de verdade,
Derramaria toda a minha saudade...