Farra de Bar - maio/2003

              É o papo descontraido,

É o conter das coisas que se tem sofrido,

      É soltar a alma, a vida, a alegria ...

           É contar e ouvir o dia a dia.

 

                     Farra de bar,

      É fazer do presidente um idiota,

           E do servente, o poliglota.

                    Farra de bar

              É expor a ambição.

 

               É ver na cachaça

    O  pedreiro virar engenheiro,

       O enfermeiro virar médico,

         O balconista, fazendeiro.

 

              Farra de bar

          É ter tantos amigos.

É se contar com todos e com nenhum.

      É a cachaça despreocupada.

 

             É a fuga dos que

   Jamais foram dignos de atenção

E os  que querem ser foco da conversação.

 

              Por fim, farra de bar

É ter-se tentato, mas não se ter ido,

Como se ter vontade de não ter bebido

 

                 Farra de bar

   É se ter tanto de medo e de bravo,

           Como se ter sofrido

   Se ter berrado ou se ter calado.   

 

              Como se fosse o bar

          A última opção de vida.

 

   É ter-se como querida, a ferida

           Por se ter bebido.

 

Adelan Assaliah
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