Que convulsão de idéias!
Compilados estrategicamente,
Como tigres dominantes e cautelosos,
Que gáudio fervoroso, apreensivo, contundente,
Que embaraços são os desconsolos,
Os morteiros propícios,
Fantasias; meus delírios de amor,
Jazem disformes por todos os lados,
Histórias parvas de outrem, insanas, assoladas;
Num mar irreconhecível de verdades impetuosas,
Oh tempo dos demônios!
Morada das infâmias,
Terra dos dantescos infaustos,
Lar dos débeis, dos risonhos,
Dos nobres, mascarados,
Oh horas inférteis!
De jocosas ensandecidas asas,
São feras, inimiga dos amores,
Traze-me temores,
Inóspitas trevas,
Oh mundo incorrigível!
Oh falência desmedida!
Infelizes são os que necessitam dos seus carinhos,
Oh surdez excessiva dos céus!
São cálidos os seus ventos,
São mudas as tuas soluções,
Oh pesar incessante!
São tristes os sons desencontrados,
Os afetos nas vestes da solidão,
Amantes frios e solitários,
Oh luz universal!
Não os separais, não largueis os compositores mágicos de Deus,
Deixai que o amor faça completar as lacunas das imperfeições terrenas.
Conduzes os poetas em suas respectivas jornadas,
Abrace os e com eles valse a melodia enferma que outrora compunham,
Possibilitai-vos toda a plenitude e encantamentos dos ares celestes,
Para que construam um mundo baseado em suas essências.

28/11/05