Quando o amor é ausente,
a presença é relação,
em outras metades buscamo-nos
para afogar a própria solidão.
Saturada de minha matéria
não me toca qualquer canção,
pois o mandamento é ame-se
e não - ame - a humana paixão.
Minha essência é quem sabe
da alquimia do amor,
da verdade de ser um
mesmo antes de ser dois.
E eu não quero nada,
eu não quero ninguém,
ando em busca de mim mesma,
ando em busca de meu bem.
Cansei de explicar
o que não tem explicação,
não se delega a autoria do peito
- que sangra -
à insana razão.
Preconceitos e prisões,
as belezas da ilusão,
vêm dizimando às pausas
o que resta em meu coração.
Escrava das antigas lembranças
com o caminhar em compasso ao grilhão,
ensurdeço a toda esperança,
domina-me a depressão.
Meu tempo se acaba e eu me acabo nele!Goiânia, 29.05.2010 - 19h07m.
Emy Margot Tápia Alvear
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