Meus Pés

 
As sutis pegadas em Gaya,
Terra que meus pés não suja,
Denunciam teu assombro...
É relação telúrica!
Gaya não suja a si mesma
Mesmo quando se suja!
Poetizo!
Trêmulas,
Tuas mãos encontram meus pés
Feito encontro dos extremos,
Vem a ti a calma
Bem na hora em que eu temo.
Dizes, novamente,
O quanto deles gostas
E gosto,
Porque gostas de meus pés
Que tanto eu gosto,
Minha base, meu sustento
De alegria e de desgosto!
De repente, algo te confunde
E esse algo te estremece,
Será o meu olhar que não te diz ao certo
Quem eu sou
Ou será o teu próprio medo quem te entorpece?
Leio em ti desenfreada luta
Na confluência turva do esclarecimento
Digo, novamente,
Que não se explica nem se vence
O que é do coração transportado 
Ao pensamento!
Vem...
Não te afastes!
Ampara meus pés
Se deles gostas e eu gosto
Acompanha o avançar e o retroceder
Dos caminhos da alegria e do desgosto!

Para Fransuel, com amor!

Goiânia, 28.05.2010 - 17h37m

Emy Margot Tápia Alvear
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