Será que é pedir demais?

Um pouco de paz

Um pouco de amor.

Até quando destruição?

Até quando tristeza e dor?

Opressão, exploração, escravidão

Onde foi parar o SER humano?

Onde foi parar o sorriso da criança,

A brincadeira saudável,

O olhar de esperança?

Mataram os sonhos

crime inafiançável.

Cada lágrima que escorre

No rosto de um desamparado

que denuncia a fome e a miséria

da mãe que não pode dar de comer,

do pai desempregado.

Do filho que quer brincar

e tiram a cor de sua infância,

e na manhã cinzenta, tem que trabalhar...

E não sonha mais,

pois não tem perspectiva

nem lhes a dão.

Enquanto muitos choram e trabalham

Poucos dormem e gargalham

construindo seus impérios

sob choro e ranger de dentes

de quem se entrega em holocausto

entregando suas vidas,

vendendo seus corpos por poucos trocados

sem lar, sem vida, sem cor, sem amor.

Não vive, subsiste.

Sacrificados, pensam que vivem.

Sufocados por falsas promessas.

E lhes roubam até o último suspiro,

suspiro de alívio...

Morrer é menos doloroso que sobreviver

para ver de camarote martírios,

chacinando seus desejos, sonhos e anseios

tirando-lhe toda esperança e o direito

de viver bem, com saúde e alegria.

Até quando verei o Homem fechar os olhos

ante seus irmãos em agonia?

E com sinismo, hipocritamente

fingi não saber que

come, veste e bebe exploração eminente.

E arranca a luz do olhar

de quem lhe garante boa vida e bom lar.

Até quando, meu Deus?

Até quando? A cor da pele e o dinheiro

Serão mais importantes que o sorriso

e o brilho no olhar?

Até quando tristeza e dor?

É pedir demais,

um pouco de paz

um pouco de amor?

Débora Garrido Lima
© Todos os direitos reservados