Medo.

Às vezes é o que sinto.

Sinto medo de mim, de quem sou

E do que sou.

Do que sou capaz de fazer,

e de não ser capaz também.

Medo de querer fugir,

e de querer e não conseguir.

Medo de ter que fugir,

e de fingir que não tenho medo.

Medo do meu coração,

mas também da minha razão.

Sim, porque juntos são ótimos,

o problema é quando um quer ser maior que o outro

Aí já viu, né?

Medo do que o coração diz,

e, sem razão, fazer o que ele quer.

Medo de agir com razão

e, ignorando algum sentimento, agir equivocadamente.

Medo de dizer quando devia me calar.

E de ser mal vista

quando falo o que penso e pensam que devia me calar.

Medo.

Como uma sombra,

fresquinha, mas também diminui a luminosidade

E que pode tapar algo que deveria ver.

Medo de ver o que não quero

E de querer ver o que não posso

ou o que não devo.

Medo.

Mas, e daí?

Que tem demais ter medo?

O problema é ter medo demais

Poruqe em demasia

Não é bom ter medo nem coragem

Aliás...

Será o medo a falta de coragem?

Ou será a coragem ausência de medo?

Quem é que sabe?

Como disse um grande amigo meu:

"Só sei que nada sei"

E o medo de não saber nada,

e o de saber demais.

Ai. Quanto medo. Fazer o quê? Sei lá.

Medo de seguir. Medo mesmo de ter que parar

Mesmo assim sigo

Ora com medo, ora com coragem

Mas sempre com os dois

Porque o pior medo não é o medo de morrer

Mas o medo de não ter coragem para viver.

Débora Garrido Lima
© Todos os direitos reservados