Olhos lentos.
Olhares que se cruzam o tempo todo
Sou um mar, oceano
Apaziguado.
Não sou porto, nem farol.
Não faço-me encontro.
 
Não encontro-te em mim,
Nem em ninguém,
Nem em ti mesmo,
E não encontrarei
Enquanto de ti mesmo fugires.
 
Sou o encontro dos mundos,
E me perco navegando
Em mim,
Que sou mar,
Sem navegante
Mas encontro-me sempre,
Mergulhando em meu labirinto
E não perco-me de mim mesma.
 
Não há rota de fuga,
Não há ponto de partida
Nem de chegada
Não há sequer rota.
 
Apenas navego incerta.
Não sigo algo racional,
Não há razão.
Apenas mergulho
E encontro-me em cada gota
Desse mar profundo
Que é meu olhar.
 
débora garrido
22/09/08

 

Débora Garrido Lima
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