Um dia haverá de chegar,
O ser que me irá amar,
Não espero nem desespero,
Apenas o pressinto e quero.
Será em uma madrugada,
Ou talvez num anoitecer,
O momento pouco importa,
Nem que seja em hora morta.
Nesse dia, derrubarei o muro,
Que construí à minha volta,
Onde me tentei proteger,
Com uma certa revolta.
Retirarei então a máscara,
Deixarei falar o coração,
Irei mostrar-me como sou,
E não camuflada de razão.
Despir-me-ei da armadura,
Como se nada me tocasse,
Seguirei em frente, confiante,
Esperando da vida uma atenuante.
Lisboa
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