Perante a indiferença caminhas…
Mal agasalhado, mal nutrido, com frio,
O teu olhar triste, sentido, doentio,
Que amargura no semblante trespassa.

Injusta a vida tua; sem culpa formada,
Foste julgado, condenado e isolado,
Pela sociedade sem regras nem valores,
Onde vingam malandros e mal feitores.

Menino de rua, quem és tu?
Um "alguém", dirão alguns,
És sim, um menino sem sorte.

Sem família, sem casa ou abrigo,
Sem amor ou carinho recebido,
És um menino em perigo de morte.

Lisboa