Pôr-do-sol,
E de tanta solidão, vem o céu pedir pela lua aos prantos:
Liberta este simples prisioneiro
Da prisão violenta que sua simples brisa lhe trouxe...neste perfume antigo
É o preço que gravemente pago por ter me perdido
Em lábios tão solitários.
 
Mas por que o pôr-do-sol me olha desse jeito?
Minha tristeza nota-se ao longe destas belas nuvens
Ser poeta é não ser obscuro no infinito
Sim, prisioneiro do céu absurdamente sozinho, implora ao sol:
Não se despeça lentamente sem me perdoar
Esse crime eterno em trocar sonhos de amor
Pelas reprises de um beijo sem fôlego
 
Nada mais vazio!
Receber as paixões tempestivas na primeira estrela   
Bem longe de nossos sonhos malvados, solitária
Até me lembrar do frio Daquela Noite
Ofuscando todas as outras,
Noite de Guaranésia
Como amei você!
 
Escuto o murmúrio de um coração que teme agora o anoitecer
Mais do que as brisas e deste intenso perfume antigo
Não me chegam forças para suportar mais uma noite.
Apenas vontade de ir embora
Que nem percebi o breu cumprimentando meus sentimentos
Que me abandonam
 
Teimas amanhecer
Percebo apenas um olhar tentando me encontrar  
É o novo céu que me olha mais triste ainda
Por que, eu pergunto, por que?
Faz tanto frio e já nem sei responder
Mas não sabia que em noites tão doces encontramos olhos meigos e carentes
E que à distância deixam os versos assim,

 
Sem fôlego.

Professor Jedson
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