"Isto não é uma república; isto é
uma re-privada".
Rui Barbosa, 1909
Todos querem teres da nação
Mas, da nação, nem todos têm.
Prebendas só conferem danação
Quando, da nação, corrutelas vêm.
Se negaças da nação o põem danado,
Danem-se os credores da nação.
A nação dá benesses ao quadrado
Se os ratos da nação ficam na mão.
Da nação todos se têm ufanos,
E se põem da nação a tecer loas.
Se as "burras" da nação se mantêm boas,
Danação das ratazanas tem reclamos.
A nação dá, de pronto, à gente boa,
Privação de receita à coisa pública;
E o povão, na privada, à muita súplica,
Se consegue atenção, ri, abençoa.
Se, porém, da nação de tetas fartas,
A seiva que se esvai minguada fica
Por muito chuparem as mamas hartas,
Da nação, a saúde, aí complica.
Fortuitas e estrepitosas “operações” da Polícia Federal, solitária ou solidariamente com o Ministério Público e que produziram efeitos devastadores, de verdadeiros tsunamis, sobre entes, gentes e agentes “acima de qualquer suspeita”, incitaram o Autor a percuciente elucubração, que redundou nestes versos (e anversos):
JANEIRO 2005Bel
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