Belém gostosa, morena, charmosa,
De vida diurna escaldante,
Flamante, suante!
Belém de vida noturna agitada,
Assanhada, marcada
Por bares abertos à vida boêmia.
Eu gosto, Belém, assim como és:
Vibrante, estuante, mas aconchegante
Na chuva da tarde, que abranda teu clima.
Da Virgem que une cristãos e pagãos
Na corda do Círio, nos pés esfolados,
Que mostra que o mundo
é de todos, irmãos.
Que o mundo é de paz e a vida de espera,
De ir para o céu, ao encontro de Deus.
Mas, bela Belém, também tens teus vícios,
Que tanto se alternam, ao sabor dos conceitos
de bem e de mal, sacados ao léu.
Belém, uma conspícua e amorável senhora de 389 janeiros, com virtudes e defeitos (mais aqueles do que esses), que oferece a seus filhos, enteados e acolhidos, oportunidades sem par de usufruírem vida boa e amena, plena de realizações e prazeres. Por isso seus habitantes a louvam e, reconhecidos, a cantam em prosa e versos, como o faz, aqui e agora, este poeta, bissexto e anódino, mas ufano e agradecido. (2001)Bel
SÉRGIO MARTINS PANDOLFO
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