Venha!
Salgado é este calor!
Das palavras, tão trocadas,
no infinito movimento...
 
Que muitas, que poucas?
Sensatas ou loucas, roucas!
 
Onde o sopro é o mais puro e se apresenta...
Espontâneo e legítimo deleite,
pois se basta e se explica!
 
Sabor do mar, do suor, da beleza
da vida
 
 
 
Viva!
Doce é este frescor!
Das antenas, conectadas,
no infinito sentimento...
 
Quão frágeis, quão fortes?
Freqüências ou cortes, sortes!
 
Onde o brilho é a sintonia e complementa...
Simultâneo e profundo aceite,
pois não farta e multiplica!
 
Sabor do mel, saliva, da certeza
da vida
 
 
 
Saiba,
amargo é este torpor!
Das chispas, energizadas,
infinito temperamento...
 
Quais pimentas, quais azias?
Ventos ou calmarias, alergias!
 
Onde a faísca é fogo torto que atormenta...
Momentâneo-esquizofrênico azeite,
pois desgasta e se complica!
 
Do remédio, do veneno, da surpresa
da vida
 
 
 
Veja,
azedo é este horror!
Das sandices, desencontradas,
infinito sofrimento...
 
São janelas, são espelhos?
Princípios ou meios, bloqueios!
 
Onde a derrota é fuga vã e se contenta...
Instantâneo e pontiagudo enfeite,
pois se mata, que se pica!
 
Sabor podre, do vencido, da tristeza
da vida
 
 
 
Mas sinta, sempre...
 
Que és do veneno o veneno
és a eterna fome
és ainda o pleno
e o mesmo nome
 
Insípido o peito que não te provar
Raquítica a alma sem teu paladar
 
És alimento, amor!
És todo o gosto...
É a própria vida!
 

Com esmero, pelo grande "X" gravado no peito. Data especial, quiçá a mais diferente e inesquecível destas até hoje. Longe de casa, solitário, justamente quando mais desejava o contrário, ou ao menos o confortável "normal".

Enfim, trata-se da natural e necessária sobrevivência: o belo momento em que a inspiração se torna o fascinante portal entre o desalento e o otimismo... e leva para outras dimensões aquilo que sentimos aqui!

Distante / de reconstrução

Marcio Branco
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