Meu ser, Minha essência

Neste meu jeito meio desengonçado,
Fico muitas vezes envergonhado,
Pela forma de Te amar.

Sinto-me tão pequeno e tão fraco,
Por muitas vezes ser um pecador insensato,
Ficando envergonhado,
Deixando de Teu buscar.

Aprendi que sou o meu maior inimigo.
Para mim, é mais difícil lidar comigo mesmo
Do que com as coisas que estão à minha volta.
Sou ignorante ao ponto de querer esconder minhas falhas.

Quando me convém, sou inocente.
Quando me convém, o mais justo de todos os homens.
Quando me convém, estou pronto para julgar.
Quando me convém, dou um jeitinho para me safar de algum problema.

Lembro que um dos primeiros jogos
Que aprendi quando ainda era criança era o de esconde-esconde.
Desde pequeno, criei em meu ser uma identidade de
Ser enganador de mim mesmo.

Não sei quantos passos posso dar,
Se trabalho neste dia ou não,
Se oro alto ou baixo. Se oro para Deus ou para o povo.
Devo vigiar a motivação do meu coração.

Não tenho medo do que faço,
Tenho medo de ser vítima daquilo que faço.
Se não tivesse conseqüências amargas,
Eu faria!

Estou farto de agradar a mim mesmo,
Viver em meias verdades,
De viver atrás de expectativas alheias.
Ser movido por emoções que não trazem mudança alguma.

Chega de tentar provar para as pessoas
Algo que não sou,
Algo para o qual não fui criado.
Algo mais do que esperam.

Pego-me muitas vezes
Em defesa da minha reputação,
Em defesa da minha
Posição hierárquica profissional.

O ego divinizado
Envolve a igreja
Propondo um evangelho próspero
Sem dor, sem espinhos e sem culpa.

Mas sabe o que me dá prazer?
É saber que existe alguém a quem
Não preciso provar nada.
É saber que nEle posso confiar e aguardar.

Porque Ele não olha
Para o que eu faço
Ou para que tenho, mas sim,
Para aquilo que sou.

E Ele vem no íntimo do meu ser e diz:
Tu és Meu filho amado
Em quem o meu coração
Se agrada.