Estou pronto para voltar.
Quando de lá saí.
Não sabia o que me esperava.
E o cuidado da mão de Deus,
fez-se presente a cada dia.
Não me faltou pão ou abrigo.
Não me faltou o amigo.
Uma etapa termina e uma nova
Há de começar.
Deixarei para trás o quartinho
sem janela e tudo aquilo
que me ensinou muitas coisas.
a maior delas: descansar.
Volto para casa perto do mar.
Volto para o aconchego do
vento sul que faz o calor
se agasalhar.
Foram apenas alguns meses fora.
Meses em que a poesia as vezes
teve gosto de jurubeba.
Mas jurubeba é um alimento forte.
Quando parti, não sabia pra onde ia
e nem o que me esperava de fato.
Mas ao retornar, também o sentimento
é o mesmo, não sei o que me espera.
Espero os sorrisos de quem eu amo.
Espero os abraços de quem me espera.
Alguém me espera?
Bem... Não sei o que esperar.
Retorno, empurrado pela saudade.
Retorno com a certeza plena que
o melhor que fiz foi ter partido.
Foi curado o ferido.
Retorno, mas sem o menor receio
de que se necessário for,
parto novamente. Para onde?
Bom, quem sabe, para perto de ti.
fim
INVERNO DE 2006
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