É por não fazer questão dos olhares mais belos
que enxerguei em você um porto seguro.
Enxerguei em você, homem, a falta de malícia.
Enxerguei em você, homem de rua, a imagem do próprio Jesus,
”pedindo” para ser notado, no pouco, no canto, no lixo,
Francisco, José, ele não sabe o que é,
riqueza, pratos finos, palavras de efeito.

Ele só sabe, talvez, que dividido por três,
o pão não deixa de ser pão.
E certamente, talvez, o homem estará ali, na rua, em casa,
à espera do toque, suave, da flauta, sem som.

É por fazer questão de respeitar os mistérios de Deus
que consigo compreender, homem, de rua, o valor que há em ti,
missionário, Francisco, José, sei muito bem que você é...
Jesus, entre nós, entre muitos, que não percebem.

Deus está no meio de nós, ali, na rua, no homem que eu vi.
É verdade.
Meu coração não me deixa mentir...

São Gonçalo-RJ.