Em cada Ronaldinho a imagem perfeita da apatia.
Como pesa essa tal de responsabilidade,
pesa tanto que os nossos craques dentuços
preferiram entregar os pontos.
Abobados, eles assistiram um desfile,
mais um desfile da seleção francesa.
Foi um passeio, um esculacho mesmo.
Enquanto o Zidane brincava de jogar futebol,
a nossa brincadeira parecia ser outra.
Parecíamos brincar de um irritante esconde-esconde.
Ninguém se apresentava pro jogo.
Parecíamos estar com a cabeça na lua,
pensando como seria o próximo comercial de tv,
pensando em tudo, menos em representar com dignidade
180 milhões de inocentes, 180 milhões de corações
que não mereciam tamanha falta de respeito.
Tudo bem que não é o fim do mundo,
tudo bem que o futebol é um esporte,
tudo bem que outras derrotas ainda nos esperam,
no entanto, uma esperança foi plantada nos nossos corações.
Éramos o país do “quadrado mágico”,
o nosso técnico era o Parreira,
tínhamos a superstição do Zagallo,
tínhamos o melhor jogador do planeta,
tínhamos o Cafu, o fulano, o Kaká, o beltrano,
tínhamos a faca e o queijo na mão.
Talvez, por isso, um dos nossos craques dentuços tenha exagerado nas refeições.
Afinal de contas, o fenômeno estava de mal ou de bem com a balança?
Coitado do nosso presidente, foi meter a colher na história, deu no que deu.
Quer saber de uma coisa?
Se o Lula gosta ou não de beber, isso é um detalhe pequeno.
O detalhe maior é que a expressão “voltar pra casa” tem 13 letras.
Será que o Zagallo já sabe disso?

São Gonçalo-RJ.