Água para toda sede

O amor é mesmo mundo todo novo
e a novidade,
sala escura a espera da luz do sol.

O sol é mesmo estrela toda amarela
e a novidade,
dança e desmudança de dias desiguais.

O desigual é mesmo verdade toda total
e a novidade,
gravidez indesejada de utopias gêmeas.

O gêmeo é mesmo um ser todo a mais
e a novidade,
vaidade dobrada no espelho.

O espelho é mesmo divã todo olhos
e a novidade,
imagem impressa e ilusória.

A ilusão é mesmo água para toda sede.

São Paulo