Esses gritos malucos sem rima,
esse arrepio que sobe pela espinha,
este gosto de sangue, eu já sentia?
O que é essa vida?!

Esse frenesi de macacos balbuciando mentiras,
esses zumbis retardados reproduzindo mentiras,
estes cafetões do sistema ecoando mentiras...
Animais sem inteligência que deveriam morrer esganados por suas mentiras!

Ah...o cheiro e o gosto do ferro,
chão, paredes, vidros, carros...
tudo coberto pelo mais lindo carmesim,
tudo banhado pelo sangue de gente ruim.

Qual o limite para a sanidade?
Qual o limite que me priva de tirar dos meus sonhos essa vontade,
quase imperativa de apagar essa sua existência vazia?
Qual o limite de quebra para a insanidade que me asfixia?

Me diga onde e como conseguir acalmar essa ira,
me avise um modo de saciar esse desastre que chamo de eu,
eu não aguento mais sorrir,
eu não quero mais comer,
eu não aguento mais lutar em vão.

Me permita então, o último ato de vida,
permita-me banhar da morte deles,
permita-me sentir o calor de vosso fim,
permita-me beber do último gole de sanidade,
para que isso jamais se torne realidade.
Que este sonho jamais saia de mim.

Jonathan Cunha
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