Éramos um segredo um para o outro:
Uma caixinha de surpresas cheia de sentimentos,
Morrendo de vontade de ser aberta.
Vasculhamos nosso cemitério como zumbis,
E em covas internas, ficamos entrelaços,
Na morte da estrela da noite liberta.
Nos tornamos estranhos um para o outro,
Agindo como não nos conhecêssemos,
Tipo um show ilusório de uma rotina bem ensaiada,
De como esquecer o calor de uma noite apaixonada.
Sinto sua vibração à distância;
Outro beija, outro ama,
Me provoca ânsia.
Somos planetas um para o outro,
Longe, girando em nossas próprias órbitas,
Enquanto o brilhante olhar de nossos olhares
São estrelas explodindo de emoção,
Como um jeito estéril de comunicação.
Perceba, meu caro poeta,
Que é hora de perceber que o espaço
Entre nós não é para o amor que se inquieta,
Mas um espaço
De aprendizado e esquecimento que um mero caso acarreta.
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