Corpo fantasia,
Roupa morta que cai.
Não tenho rosto,
Viro tudo o que era, com o ego que se esvai.
Não tenho religião,
Política, dinheiro;
Saí do egóico atoleiro
E estou no Todo em comunhão.
Aqui é belo; é tudo luz!
Cachoeiras douradas caem eternamente;
Como cordões de leite, o doce amor me alimenta;
Sou o que Sou finalmente.
Meu corpo - ou só alma?
Não tem detalhe!
Cor, unha, pêlo; nenhum entalhe;
É tudo luz, tudo igual, em plena calma.
Retorno à fonte de onde ilusoriamente saí.
Sempre estive aqui porém em pleno devaneio.
Aliás! Como sou tolo! Não retornei!
Pois como retornar de onde nunca saí?
Despertei.
César Dabus
© Todos os direitos reservados
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