Ai de mim que amo mais do que deveria,
mais a noite e mais ainda o dia
de amanhã,
que amo mais que caberia
neste frasco que pensei que só serviria
para bater como fosse tambor de sã
artilharia,
que amo mais do que posso,
do que amar deveria...
Amo os fracos que tombam nas passeatas,
os que procuram avidamente nas latas,
os que rondam as estrelas com versos macios,
os que, por amor, morrem de frio...
Ai de mim que não poderia ter vindo para outra coisa,
que escolhido fui para escolher entre tantas escolhas,
os que choram de tristeza, os que choram com a cebola,
os que mergulham suas dúvidas no amplo rio...
O que posso do que não posso fazer
fazer
se nem sei o que é amor,
e por ele posso morrer?
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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