Quem, quem foi, quem foi, enfim,

que abusou de mim,

pôs-me dentro esse turbilhão

que avassala meu coração,

dirige-me ao centro das tormentas,

esse sentimento que me desorienta,

me sustenta,

faz-me emitir gemidos sem sentido,

escrever poemas de vidro?

 

Quem, quem, foi, quem foi, enfim,

que invadiu meu quintal,

plantou em meu jardim

um pé de poesias,

um hectare de lágrimas,

uma resma de ânsia vazia,

dobrou meu joelhos,

me fez pedir à estrelas

um jeito de ver meu amor,

a milhas daqui,

como poderia vê-la,

dissipar esse torpor?

 

Quem, quem foi, quem foi

que me pôs em contato com o amor?

 

 

 

 

 

 

Prieto Moreno
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