Salvo meus passos silentes
pilhando ao léu suas escadas,
em busca dos penitentes
tão frementes,
tão frementes junto ao nada.
O nada eu via defronte
aquele pórtico belo,
mas surgia em minha fronte
uma ponte
uma ponte de desvelo.
E, sobre a fé eu andava
adrentrando o alvor latente,
meu silêncio qual aldrava,
lá chamava
lá chamava o onipotente.
Eu ressurgia do fosso
ajoelhado no altar,
prostrando ao chão meu pescoço
de remorso,
de remorso a murmurar.
O orgão minh`alma envolvia,
alentava-me a Hosana,
talvez na reza eu surgia,
e teria,
e teria a crença lhana.
ALEXANDRE CAMPANHOLA - 11/05/2003
Alexandre Campanhola
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados