Ao deitar e perceber estar sozinha
Numa solidão presente por causa do ausente
Que mesmo no meio de muita gente
Faz esta alma se sentir vazia
 
Os sonhos esvaíram-se pelo vento
Diluíram-se nas águas da Terra
Evaporam-se com o tempo
Hoje esta alma enfrenta guerra
 
Voltar a sentir a velha dor de solidão
Uma amargura implorando perdão
Perdão por coisas que nem sei mais
Na vontade de reconquistar a paz
 
Nessas horas até Jesus se cala
Num silencio que incomoda e tira a calma
Escuta-se nada durante a madrugada
Apenas a voz no peito falando coisa errada
 
Queria dormir antes que se despertasse o monstro arruaceiro
Mas o sono se foi tão de repente e o rosto agora descontente
Aguarda as gotas construir a trilha molhada e corrente
De água morna e salgada que percorre dos olhos até ao travesseiro
 
O sono fugiu culpa da dor de cabeça
Também dessa infinita tristeza
Que se apodera de quem sou
As coisas estão bem por fora
Mas por dentro tudo desabou
 
ASM

 

Aline Morena
© Todos os direitos reservados