BAILADO MENTAL

 
Na minha mente,
Tenho um palco,
Onde baila a poesia,
Sempre com sua teimosia
De bailara em cada dia,
Em muitas sessões,
Eu lhe digo
Que poesia não é êxito comercial,
E que Portugal,
... País de dez milhões de camões
Deve biliões,
E que não é com poemas
Que se pagam contas grandes ou pequenas!
Mas, dito isto,
A poesia não quer sair do palco da minha mente,
Não desiste…… e insiste:

-“Olha para mim. Olha-me bem. Olha que,
Com suas praias, seu sol, seu céu,
Suas terras, gentes, sua gastronomia e costumes
É da melhor poesia que Portugal tem.
Deixa-me bailar, na tua mente!

-“Tá bem. Dança lá mais uma vez, mas só para mim,
Não para ninguém do Governos,
Que nada entendem de Poesia, só de maquia!
-Oh! És um querido. Muito obrigado.
Não te preocupes com a dívida de biliões.
Disso tratam os corpos.
Eu só alimento mentes e poéticos corações.”

Depois, a cortina do palco mental abriu.
Refastelei-me no conforto da expectativa.
O bailado começou sobre salsa ondas,
Com passos ondeados nas brisas envolventes,
E arcos-íricos de luzes alternavam de intensidade,
Amálica música ecoava, na abóbada da saudade
Da honradez do português.
Caravelas aportavam suas especiarias,
Mercadores troikavam mercadorias
Num arraial minhoto de contas fandangas.
O espetáculo superou minha expectativa;
Foi uma troika de passos perfeita
Eu esquecera a dívida
Ou a poesia tinha pago o que se devia!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-Portugal

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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