O que é o sono senão a morte simulada?

Alucinadamente, durante os sonhos, o corpo morre

Para que a alma brinque e possa viver; ela corre

No limiar do impossível à carne, nunca impossibilitada.

 

E é este sono de morte, esta diária letargia

Que nos faz experimentar o fim, sem nada sentir

Além do alento do descanso eterno, o infinito dormir

Como pedras, que imóveis ficam. Que lassidão sombria!

 

Todos os sentimentos nos sonhos se combinam.

Tudo o que sabemos no sono começa a morrer.

Esquecimentos e sensações, o misto da coragem e do medo...

 

Nervos mortos, corpo inerme, portas abertas que fascinam.

A vida, irmã da morte é também um constante adormecer

Onde tanto uma quanto a outra nos enviam para um mágico degredo.