Quando desisti do amor, me vi perdido entre o lodo

De sonhos devastados. Um pântano fétido e viscoso

Onde os desejos irrealizados são afogados, tenebroso

Olhar o qual resumia a desesperança como um todo.

 

Noite eterna em meus sentimentos. Tudo supurou em sangue.

Por mais que eu tente reerguer as estruturas, quão difícil!

Resgatar o amor ou fazê-lo renascer é como largar um vício:

Deixa uma abstinência de nada... A alma imunda como em um mangue.

 

Como uma musa de horror, desfigurada, vi meu amor sair do lamaçal.

Alma penada desconfigurada em trapos, cicatrizada, espectral.

Uma visão infernal de tudo que desisti e estava assim pela desistência.

 

No pântano cheio de cipós, água morta e sonhos destruídos

Revi tudo que vivi, o amor puro que tinha, os sentimentos corroídos...

E minh'alma ficou no pântano, olvidada da antiga essência...