Ter vida e juventude eternas, ser o dito imortal,

Parece sublime. Viver e ser jovem eternamente,

Mas tal maravilha, carrega consigo a frustração penitente

De sempre haver um princípio, um meio, mas nunca um final.

 

Conhecer a tudo, pois que o tempo não significa nada.

Provar de absolutamente todos os sabores, até afogar no tédio.

Mas ver tudo o que se ama morrer e ficares, sem remédio.

Estás solitário, verdadeiramente solitário, a solidão em ti fincada...

 

Esta dor de ter a vida eterna, enorme, colossal frustração...

Ter o tempo ilimitado, mas sentir todos os anseios caírem em ruína

E perder sempre o que se conquistou, por se findar a vida;

 

É a maior das penitências, a imortalidade sob a vista da danação...

O corpo eternamente jovem, com a alma velha e cheia de sina...

A dor de existir... E a existência é só uma coisa sem valor... Corrompida...