Em ritmo frenético, emanando uma atmosfera caótica,
Ouço a percussão ribombante, a sufocar, despótica
O som de todos os outros instrumentos, o som da vida,
Mais veloz que as batidas cardíacas, uma rapidez incontida.
Paralisado diante do espetáculo e de cada batida exótica,
Sinto minh'alma vibrar, elétrica, em uma languidez quase erótica.
O rufar dos tambores, inebria, sim, mas a existência fica perdida
Em meio ao ruído constante dos batimentos, da musical lida.
Abafando sentimentos, carnaval da singular tristeza,
Pergunto-me onde está a euforia, a alegria e a beleza?
Vão sendo levadas pela avenida, junto à caminhante percussão.
E sinto que mais do que festa vai sendo carregado com a procissão.
Vai aumentando o ritmo das batidas e são levadas almas e amores...
Na vibração das baquetas, no imenso rufar dos tambores...
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