Demência juvenil


Me ataca sempre que faço uso,
Na verdade abuso de meus combustíveis mentais.
Parece claro que uma certa sensação - falsa? - de poder
Se apossa do débil que "soul".
Hoje tenho 40.
Provavelmente, pretendo, mantê-los-ei assim,
Sem os 41, 42, 43..., até pelo menos mais uns bons anos.
A essa altura, acho que estamos no ponto de colheita,
Estamos indo à luta, sem medo que machuque.                                                                                                         O céu das noites claras de outono é o estuque para os nossos sonhos,
Ou seja, aqueles excrementos psicológicos que digerimos no sono.
Espalha seu canto, ó brisa da noite,
Com toda a dramaticidade que lhe é constante.
Bondade e cavalheirismo tornaram-nos estantes errantes,
Digo, sem livros ou discos interessantes como dantes.
Somos vítimas da rima fácil do dia-a-dia,
Feito índios cavando o solo da subsistência.
Como se cavássemos nossa própria segurança.
Isso, porém,
Nos mantém afastados do rótulo de meros nômades gatunos,
Aspirantes de situação.
Outras peças pra rimar: coadjuvantes, mendicantes,
Videntes e ambulantes, doravante.
Gigolôs ou traficantes do prazer da bem casada
Disposta a uma aventura passageira.
Sentir-se desejada, ousada para as amigas,
Apesar da "rodinha" sequer imaginar a dimensão do "babado".

São Paulo - agosto/2011

Arbé
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