Ele está entre o 717 e o 718
Aparenta ter dezesseis
Mas já passou dos vinte e oito
Há três anos, fez 26
E ninguém se comove
Com seu olhar de vinte e nove
De longe
Visto da janela
Parece um monge
Ele olha para ela
Que mora no 912
E acena
Ela ja tem bem mais que 14
Prossegue com o aceno
E gesticulam
E especulam
E tentam um código
E ele pródigo
Mima
E a menina
Que nada entende
De repente
Fecha a sua janela
Ele quisera
Ainda continuar
Pra descobrir
De perto o seu segredo
O seu corpo soberbo
Que tanto o apetece
E tanto o aquece
Volta e meia, volta
Olha, suspira, delira
Encolhe, expira
Que maravilha!
É  hora de seu banho de sol
É hora do seu colírio
Lá está ela de topless
Ele ainda no 716
Tranqüilo
Aguardando a próxima vez
Tudo aquilo
Que pra ele é gostoso

Mora no novecentos e doze
21-09-1988

LUIZ HUMBERTO
© Todos os direitos reservados