Por: LUIZ HUMBERTO
Ai de mim, de meu belo corpo!
Desprezado por olhos príncipes
Que se afastam mediante simples
Olhar para o meu grenho e queusto rosto...
Ai como desprezo meus olhos asvergos
Que amedrontam olhares afoitos.
Ai como desprezo meu semblante
Que mete medo aos que desejo, meus amantes!
Por tal infortúnio,
Desejo desconhecer esta horrenda facienta
E almejo de imediato o contato com o desconhecido
Desde que venha ocultar tal desgraça facial
Abraço mui desejosa um pacto; outra face qualquer!
Ai de mim! Desgraça maior não há de envolver-me.
Vejo-me mascarada. Sem traços, sem laços. Sem braços.
Vejo-me atada e exposta á vitrine dos olhos famintos...
Meu corpo herege exige uma explicação!
Ai de mim! Minha tez macia alicia olhares másculos.
Minha cor sacia paletas máculas - Sou o pão sem o vinho em dias escárnios
Meu corpo elege exígua exploração!
Ai de mim! Defender-me como assim?
Os abutres sentem fome. E eu, saudade de meu velho rosto descuadrado e disforme.
Meu corpo alega ser minha expiação!
Ai que inviolável sensação de ser moldada pelas mãos do artista
Sedento e faminto pela minha cor e forma.
Esculpindo desejos ardentes de paixão pela COR/PÃO&VINHO
Da Santa Ceia de cada dia que nos alimenta a Santa Fome da alma!
F I M - 2010 - LHS
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