Luiz Humberto Siqueira
 
Saudade, diga-me:
Em que instantes ou veredas,
o tempo escapou-se de mim
e findou-se num suspiro
sem rumo e sem fim?
Diga-me, saudade:
Por quais meios o tempo deixou de ser cativado e captado
pela retina atenta e ansiosa da minha memória em busca dos mais belos, perfumados e tateantes Nenúfares dos jardins da minha infância?
Diz-me, Ó desejo irrefreável, diz-me o que o tempo fugitivo recusa a me dizer; Em que ângulo ou quadrante se escondem os mais belos, perfumados e tateantes Nenúfares dos jardins da minha juventude?
Quando saberei de ti, Ó doce lembrança, onde e quando encontrar os caminhos pelos quais me perdi das suaves brisas da minha mais tenra idade, longe dos mais belos, perfumados e tateantes Nenúfares dos jardins da minha aurora, envelhecidos pela minha idônea idade?
Oh, saudade!
Oh, lembranças!
Oh, belos, perfumados e tateantes Nenúfares
De minha existência saudosa
Em que tempo os reencontrarei?
 
                                      Campinas, 12 de Dezembro de 2006

LUIZ HUMBERTO
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