Um encontro com Deus
Não seria melhor
Do que ter te encontrado,
Ter olhado em teus olhos,
Ter visto você sorrindo.
 
Teu jeitinho tão manso,
Riso de Mona Lisa,
Timidez despojada
Do ranço da hipocrisia,
Se eu pudesse, juro: te dava
O simples nome Maria.
 
Maria e só, e mais nada,
Pois só isso já te basta,
O riso te complementa,
O brilho do olhar alimenta,
O existir gera paixão
E faz conflitar as almas
Dos que te olham e desejam
Entrar no teu coração.
 
Esse tempo é todo teu,
Tudo em volta te pertence.
Dona do mundo, vertente
Do desejo e da alegria:
Quando canta é sabiá,
Quando dança é borboleta,
Quando dorme é anjo bom,
Quando me olha, me encanta.
 
Criança, deusa ou mulher
Tanto faz, preenches tudo,
Tua presença é domínio,
Tua palavra é festival.
E o poeta só sonha
Com o encontro possível
Em que até Deus perde espaço,
Só o teu ser é total.
 
De autor desconhecido, que me faz inveja do dom das palavras. 
 27/11/2007
 

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