Um dia, em outro tempo...

Um dia, em outro tempo...

(imagem do Google)

 

 
Sei que um dia me amarás, enfim...
Nem que seja tarde e o longe não tenha fim.
Tarde? Longe? Fim?
Palavras insignificantes pra mim.
O que são meses, anos, séculos,
para um amor que não desiste
e persiste mesmo camuflado,
resguardado, ignorado...
resistindo às mutações do tempo,
frio, calor, chuva ou vento,
ao relento...
ou mesmo aos furacões,
às incisivas paixões,
sem ter onde ancorar,
sem teu abraço... Só, a te amar?
 
Ver mudarem as estações,
movimento de translação,
a rotação do planeta,
que o dia e a noite fomenta,
aumentando a nostalgia,
vendo o tempo passar veloz,
 redemoinhos girar emoções,
multiplicar sensações
 que se enroscam ao vento
e não se deixam levar
querendo comigo ficar.
E eu, num triste lamento,
vendo a vida, sozinha, passar...
Que importa que a vida passe?
Meu amor viverá nesse impasse
até que o infinito ultrapasse
e te alcance do lado de lá...
 
 
 
     (Carmen Lúcia)