Meu mundo é estranho
É um mundo de selvagerias
É como um carro branco na estrada escura
Meu mundo é vermelho
Como o desejo de um cego
Mas há quinze cores para tudo
Meu mundo é lento
Como lesma dentro do avião
Planando entre a indiferença do ar
Meu mundo é cósmico
Como umbigo de índio
E idoso em almoço de domingo
Meu mundo é incomum
Como trombada de cruzeiros no mar
Ou de aves de rapina no sertão
Meu mundo é sozinho
Como a lenda do herói que sobreviveu
O diário da princesa envenenada
Meu mundo é princípio
Da relatividade das coisas
Do germinar da flor que não brotou
Meu mundo é incerto
Como o amanhã em Júpiter
A noite da verdade declarada
Meu mundo é o inverso de tudo isso
É serpente que entrega gentilmente seu veneno
É o começo de um final dantesco...
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