A Runa do Amor

 
Sem ao menos desconfiar, púbere ainda no tempo do Abal,
Apesar da guia posta em meio ao mágico círculo
Fechou em mim a runa do amor rogando encantamento.
 
Repleto de ímpeto indefinível, inenarrável,
Atingiu as portas do templo impelido pela misteriosa força do anseio,
E o verbo denunciou o que disse ser erro no desenho.
 
Em ingênuo e oculto desejo fez de meu amor o seu
E a entrada do santuário que fechada estava impedindo a passagem aos profanos
Não deteve o coração escolhido diante aos fatos do mistério.
 
Meu coração de pedra suspirou tentando abafar o “erro”
Minha alma desprendida em êxtase viveu o eterno agora,
Mas minha matéria envolveu-se em sutil medo.
 
Um raio de intuição fulminou meu pensamento
Anunciando o evento inesperado, que por desespero,
Quis mesmo expulsá-lo do templo sem memória dos encantos inefáveis.
 
Runa sussurro, runa mistério, algo que está escrito, revelação,
Queira Ódim nos dar as mãos, visto andarmos cegos
Ou trazer em seu propósito o encantamento desfeito!

Por inexperiência e descuido, fechou a Runa do Amor em minha fronte, aprisionando meu amor ao dele. Indignação!

Goiânia, 23.10.2010 - 21h48m

Emy Margot Tápia Alvear
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