Se estes meus fiascos de lembranças me permitissem
Eu assumiria a tua forma indefinida
Seja ela qual fosse
E me injetava um pouco mais dentro de mim mesma.
E sorriria outra vez pra este meu passado incomodo e insolúvel.
Eu sorriria outra vez pra’queles teus olhos que
Não me deixaram descansar
Que não me permitiram esquecer-te.
Se estas recordações pudessem ser dissolvidas como
Uma folha de papel entregue a chuva
Eu protegeria esse papel com meu próprio corpo
Eu protegeria as minhas lembranças dessa tempestade d’água.
Porque eu não posso omitir que há em mim um lugar teu,
E nele você existe, e nele eu te dou o meu próprio ar, e disso me alimento,
Desses meus próprios pensamentos.
E eu não sei o que vai ser quando nos encontrarmos, como serão as coisas nesse Futuro?

25/10/04