O que se mantém sombrio entre as batidas do meu coração e envolto ao meu sangue é o sentimento da saudade desfigurada.
E é na cólera de viver que eu encontro o vale do irreversível.
Em algum lugar, pode ser que em algum olhar exista ainda a ventura imparcial de ser não mais que sobrevivente.
Mesmo ao me perder no inconsciente em tudo o que mais tarde estará ausente.
Eu busco por cessar, não mais que cessar.
Mas quando revelado for, espero sermos então sobreviventes.

É mágico, é nostálgico, realmente insuportável, essa melancolia que me envolve é fruto do meu peito que chora, a vida que de mim se isola...

Eu queria não pensar mais, deixar de pensar, até que eu pudesse esquecer que um dia cheguei a pensar em suportar, e eu me calo a cada vez que eu me pego desejando estar lá novamente...
O espelho parece não me refletir mais, eu vejo em mim um sonho quase e quem sabe perdido. Eu vejo em mim um peso, o peso que conviver com este sonho exige.
Eu queria deixar de pensar que a tempestade fosse motivo suficiente para desistir. E, contudo isso eu choro, às vezes por dentro, outras por fora...

Eu ainda tenho sonhos, quando sei que os meus olhos estão abertos, eu mergulho num sonho profundo de amor e de revolta.

E a alegria é tão curta que descreve-la levaria tempos e que bastariam alguns momentos para senti-la.

Meu coração está morrendo em angustia e vaidade.

E o frio que sinto é interno, e a angustia que eu vivo é por não saber viver.

Mesmo com esse vento rasgando o meu corpo eu não deixo de ver beleza em tudo isso, nas minhas mãos, por toda essa extensão de tempo e espaço que eu vejo.

E já que meu coração foi capaz de me tirar à razão eu agora flutuo sobre teus passos, sendo guiada pelo réu que se esconde em mim.

No âmago deste sentimento, eu te prometo neste momento, ama-lo enquanto recordar-te, e reprisar este amor nos flashes de minha morte.

Eu tenho medo de não encontrar dentro de alguém as fantasias que eu também tenho, todo o amor que eu também sinto.

Um mix de determinadas épocas