Preciso de descanso

Preciso de descanso,
para na minha quietude,
no carrocel das emoções,
montar um cavalo,
e a passo, a trote,
devagar passear pela planície irisada,
onde tudo veja,
porque a galope não vejo nada!

Não quero TGV,
quero combóio a vapor:
"ú ú, pouca terra, pouca terra",
parar em todas as estações,
comprar rebuçados,
dar um ao meu cavalo,
que me leva, devagar,
às planícies do descanso,
a montanha pode esperar,
para quê ser alpinista?
da planície pode-se erguer a vista.

Para quê correr?
Desmonto.

O cavalo fica a ruminar,
calmamente,
eu acampo e descanso,
para sentir as emoções,
docemente, na planície,
do horizonte defronte,
e vejo um jardim,
uma Alice!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-Portugal