Bloco Desigualdade

Da carne que sangra em sete dias
brotam todos os brancos que chicotearam outrora.
Exemplo se dá de quatro em quatro:
anos medíocres de descrença e mazelas,
bebedeiras e violência...

Pois, também quero meu quinhão,
ascender à multidão sobre caminhão
inflado de idiossincrasias e incompetências,
mentiras monossilábicas em pendão de promessas...
Ah! Que culpa tenho de não ter soldo para bobeiras.

Asneiras em prantos de projetos,
misérias em planos de protestos
não feitos, desfeitos, camuflados,
inalterados, casa de figueiras
e podres frutas eleitas.

Leque de papel higiênico,
sujo e molhado,
assim como a mão que estende,
para receber voto próximo
sob alegações de pensamentos sobre o próximo...

Mas não quero nada.
Não sirvo nada.
Que me agrada?
Nada.
Que penso?
Nada

Diga que sai da briga,
faminto de coerência e liga.
"Eu quero é: botar meu bloco na rua,
brincar, botar para gemer,
ginga, para dar e vender..."

renan ricardo
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