Ah, que areia fria
foge do sol ardente,
que alcança-te de dia
que espera o sol, poente.
Ah, se a brisa ensiste
como que a procurar
suspira, os grão, que triste
foi-se embora para o ar.
Ah, e quando é o fim da tarde
eu sinto que irei morrer,
minha vida já em mim não arde
e espero outra vez voçê.
Ah, por favor não diga
que a alma é fria concentração,
razão de amor é vida
da vida, a força, impulso vão.
Ah, sim! que vida de espera!
que espera sem fim,
o dia é a vida da terra
e a terra tua vida prá mim.
Jhuddy Lispector
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados