Verão.

 


 


Quarenta graus derretendo o asfalto,
liqüefazendo a minha pele,
e me torrando
o brilho suarento.
Eu até tento me refrescar,
mas não dá.


Todos vocês
-senhoras e senhores-
verão o calor
que meu verão pessoal pode provocar.
E verão também quanta tempestade possa vir,
sempre que o poeta admitir
que esse calor
é de matar.


Mas...vejam só!
Bendita seja cada gota desse suor,
que bendiz
meu corpo sujo.
Tornar-me-ia, assim,
um dito cujo
purificado pela espera.


O verão não demora,
e vem queimando tudo
tal uma fera,
que absolutamente
não respeita
o frio...
É paradoxo
desse quente que provoca arrepio,
desse tudo
que hoje sinto-bem quente-
todo esse vazio.
 

Ogro da Fiona
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