DEFINITIVAMENTE

 

 



Pouco há verbo
A flexionar,
E é só uma vontade que me dá
De invadir teus aposentos.
De te olhar bem nas órbitas,
E fazer voltar aqueles momentos
Onde fomos
Pura emoção.


Inobstante tempo, clima e nexo,
Inobstante -inclusive- o sexo,
Foi lindo tê-la comigo,
Tê-la digerido
Além do que possa o mundo supôr...


Definitivamente falo de amor,
De azia,
De mãos trêmulas e pele suada.
Definitivamente falo da namorada
Que logo transformou-se
Em poema , ou pintura que se quer.
Definitivamente desejo-a ...
Doa a quem doer,
E acredite quem quiser.


Pois sou assim mesmo,
Amante perene
Sorrindo entre hiatos e fatos,
E, admitindo,
A estranha sensação
De que , primavera ou verão,
Minha letra só serve
Quando nela me inspiro.


É como um suicídio
Com um só tiro
Definitivamente,
Um suspiro saudoso,
Um arrepio pelo que foi , ou do que é .
Um poeta vazio,
Ou, quem sabe,
Possa ser esse frio
Que definitivamente
Esquece e aquece
O corpo desse homem
E daquela mulher.
.

Ogro da Fiona
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