ENCASTELADA NO ALTO DA TORRE.

ENCASTELADA NO ALTO DA TORRE.

 

 

 

 
 


Minha menina atemporal
É encastelada
Bem perto das nuvens.
Lá de cima ela olha a cidade,
E aqui de baixo
Arde a saudade
Do que vivemos
Em poucas horas.


Minha menina atemporal
Não demora,
E logo se torna musa
Sob meu olhar.
Logo, despe-se das roupas
E entra , nua em pelo,
Afagando meus cabelos
Pedindo que não a penetre.



Decerto há o que nunca se pôde revelar...
Um amor de verdade
Inobstante o vácuo que há,
E uma sensação enorme
De coisa pela metade.


Encastelada bem perto das nuvens,
Bem sei que nela mesmo arde
Essa sensação inexplicável.
Pois, como entender
Que encontros tão definitivos
Possam não terem sido eternos?...
Como entender o vazio de um amor assim?


Lá da torre ela me enxerga.
Cá de baixo a enxergo também.
E são só olhares que furtivamente cruzam,
Como os carros , pela cidade.
Como nós dois na tenra idade.
Como fomos,
Como nos perdemos, um do outro,
Ruindo tudo aquilo
Que nem ao menos
Construímos.



Não sei...
Talvez nos tenha faltado coragem.
Quiçá, desistimos...
Amedrontados
Pela
Altura
Que
Nada
Cura.

Ogro da Fiona
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