CONFESSO

 
 




Confesso que o beijo que pedí
Perdeu-se no hiato.
E é fato que essa ausência tua
Me consome.


De que me bastaria
Ter nascido um homem,
Se é na exata busca por você
Que percebo perder
A racionalidade que me acompanha?...




Mil vezes mil tempestades,
Pois o que me acanha
É não saber – ao certo-
Do bem ou mal que te fiz.




Foste minha meretriz
Por lençóis de aluguel,
Foste minha princesa
Por quem ergui um quartel,
E foste mais, muito mais...
Foste resumo.




Assumo:
Te amo de uma forma terminal.
Não há vendaval
Que espalhe mais essas folhas secas.
Tampouco, ainda, sol escaldante
Que seque a umidade desses amantes,
Que um dia, e por momentos,
Molharam a boca um no outro.
Confesso que esse amor encontra-se morto,
Incapaz de ressuscitar
Pelas mãos de um outro corpo
Que não o teu.




Perdoe-me pelo nosso amor que se perdeu.

Ogro da Fiona
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